Vendas do Civic da 9ª geração crescem embaladas pelo bom recheio e pelo prestígio da marca Honda
15/05/2012 20:45
Automóvel é um objeto que permite múltiplas interpretações. Tanto que os consumidores conseguem atribuir valores aos modelos que nem estavam no projeto original. A própria indústria só percebe quando o mercado reage. Um bom exemplo é o segmento de sedãs médios. Na ficha técnica e até nos equipamentos, carros como Renault Fluence, Peugeot 408, Ford Focus, Chevrolet Cruze, Honda Civic e Toyota Corolla fazem parte do mesmo nicho. Na realidade, porém, não é bem assim. Como é um segmento em que a imagem que o carro projeta vale muito, características cruciais para outros públicos, como preço ou espaço interno, não fazem a diferença. Prestígio, confiabilidade, tecnologia e equipamentos acabam se refletindo mais nas vendas. É a percepção desses valores que vem fazendo as vendas da 9ª geração do Civic acelerarem desde que chegou ao mercado, em janeiro, apesar de custar 10% mais caro que vários de seus rivais. Em abril, ele passou a ocupar a segunda posição do ranking de sedãs médios, atrás do Toyota Corolla e pouco à frente do Chevrolet Cruze – modelos que têm exatamente o mesmo patamar de preço do Civic.
Os três, juntamente com o Volkswagen Jetta, têm preços iniciais próximos aos R$ 67 mil do Civic. E são exatamente os quatro mais vendidos no país, com médias que vão dos 2 mil mensais, para o Jetta, passam pelas 3 mil de Civic e Cruze e chegam às 4 mil do Toyota. Rivais como Nissan Sentra, Renault Fluence, Peugeot 408, Ford Focus e Citroën C4 Pallas são mais baratos, mas ainda assim amargam vendas bem mais modestas – eles ficam na faixa de até 1.200 unidades mensais.
Para justificar esse preço acima do mercado é necessário recheio, desde a versão mais barata. Esse é o papel do Civic LXS, carro de entrada da linha. A versão já traz alguns itens que resumem bem a nova geração do modelo, com foco nos equipamentos tecnológicos. É o caso do painel que se mantém em dois níveis, mas agora com aspecto mais futurista. Ainda se destaca o i-Mid, tela de cinco polegadas que traz informações do computador de bordo – finalmente integrado ao Civic –, do rádio e até da câmara de ré, equipamento de série. Itens como ar digital, airbag duplo, ABS, bancos em veludo, trio elétrico e rádio/CD/MP3/USB – sem Bluetooth – também vêm de fábrica.
Se o aporte de eletrônica embarcada foi alto, o mesmo não se pode dizer do design. O novo Civic é muito semelhante ao anterior, inclusive com partes menos ousadas, como a traseira. A impressão é que a Honda quis reconquistar algum cliente que tenha ficado assustado com o grande arrojo da geração anterior.
A mecânica foi outro item apenas atualizado na nona geração do Civic. No Brasil, manteve-se sob o capô o 1.8 com comando variável de válvulas. A potência ficou nos mesmos 140 cv e o torque em 17,7 kgfm, mas agora aparecem em regimes de giro mais baixos. O comportamento do propulsor com etanol ou gasolina no tanque ficou mais equalizado. As dimensões foram praticamente mantidas. Exceto pela distância entre-eixos, que, contra a maré do mercado, diminuiu 3 cm e chegou a 2,67 metros. Apesar disso, a fabricante afirma que o espaço interno foi melhorado graças ao reposicionamento dos componentes e bancos na cabine. Um novo estepe temporário, mais fino, permitiu que o porta-malas crescesse 109 litros. Agora tem 449 litros.
A 9ª geração do Civic não é barata. Parte de R$ 66,7 mil na testada LXS, passa pelos R$ 72,7 mil da intermediária LXL e atinge elevados R$ 85,9 mil na top EXS. Os três principais concorrentes têm preços semelhantes, mas o Civic é ligeiramente mais equipado, principalmente na configuração de entrada, que conta com boa dose tecnológica. Um ponto que certamente desequilibra a conta a favor do sedã da Honda.
Fonte: www.meucarronovo.com.br
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