Fiat Bravo 2013 tenta reaparecer

11/06/2012 12:43

Novidade é a versão Sporting, que traz pacote superior à versão Absolute mesmo custando menos. Modelo é primeira da linha a ganhar câmbio Dualogic melhorado

O Bravo é a prova que não basta ter um pacote técnico respeitável e preços baixos para vingar nos segmentos mais sofisticados do mercado brasileiro. Lançado no final de 2010, o hatch médio conquistou apenas 9% das vendas da sua categoria, pouco para a Fiat, a marca mais vendida do país.

Se faz sucesso entre os consumidores com poder aquisitivo menor – vide o desempenho de Uno e Palio -, a marca italiana sofre para segurar esses mesmos clientes quando procuram modelos mais caros. A migração para outras rivais é maciça se pensarmos que menos de 700 pessoas compram o hatch médio todos os meses - a Fiat vende mais de 50 mil carros mensalmente.

Agora, a marca resolveu criar uma nova versão do Bravo que reúna mais argumentos para convencer esses consumidores a continuar com um Fiat na garagem. A Sporting passa a ser a versão intermediária do hatch, acima da Essence e abaixo da Absolute e da esportiva T-Jet.

Fiat Bravo 2013

Disponível apenas nas cores preta, amarela, vermelha e a, agora popular, branca, o Sporting traz ainda apliques na carroceria e suspensão 2,5 cm mais baixa, solução trazida do T-Jet. Para completar o pacote de novidades, o modelo conta com o teto solar Sky Dome de série, entre outros itens de conforto.

Dualogic “Plus”

A novidade principal da linha 2013 do Bravo, no entanto, é o câmbio com embreagem automatizada Dualogic Plus. O sistema, que funciona de forma semelhante a uma transmissão automática, estreou na marca em 2008 a bordo do Stilo, antecessor do Bravo, e nunca agradou por completo.

A maior queixa do sistema são os trancos ao trocar de marcha, característica desse tipo de solução, que automatiza o trabalho que fazemos com a embreagem. O problema reside no ponto de alívio da embreagem que o sistema computadorizado tenta reproduzir de forma mais próxima do comportamento humano. Porém, como não participamos desse processo, normalmente não aliviamos o pé do acelerador, o que causa um lapso de força e, em seguida, o famoso “tranco”.

“Sempre vai existir esse problema já que se trata de uma embreagem”, reconheceu um executivo da Fiat ouvido pelo iG numa conversa informal. A melhor solução usada pela indústria, que consegue ser eficiente e econômica, é o sistema de dupla embreagem, mas seus custos ainda são altos para imaginá-lo equipando modelos mais baratos. Como a evolução das marchas se dá, na verdade, pela troca de embreagem, elimina-se o tranco e ganha-se em velocidade e também em economia já que não há perda de energia comum em transmissões automáticas, conhecidas por tornarem os veículos mais gastões.

Fiat Bravo 2013

Retomadas mais ágeis

Dito isso, fica mais fácil explicar o que evoluiu no novo câmbio Dualogic. A Fiat, em conjunto com a Magnetti Marelli, aperfeiçoou o software do sistema já que a parte mecânica é semelhante. Com uma nova programação foi possível melhorar o funcionamento do mecanismo e também introduzir novas funções.

A incômoda sensação de vazio e o posterior tranco ao trocar de marcha foram suavizados via programação. O resultado é melhor em baixas rotações, mas imperceptível em trocas rápidas e com giro alto do motor, como descobrimos no test-drive.

O aspecto mais destacado pela Fiat foi o “Creeping”, um recurso que acelera o carro em ladeiras com pequena inclinação. É uma alternativa ao sistema “Hill Holder” que utiliza o ESP de carros mais equipados para frear o veículo numa inclinação. A alternativa do Bravo, no entanto, é mais limitada: apenas segura o carro em inclinações bem leves e que oferecem pouca dificuldade ao sair. A vantagem é que, ao contrário de carros automáticos, o Bravo desabilita a função caso a porta esteja aberta, por medida de segurança.

A novidade que mais nos agradou, no entanto, foi “Auto-Up Shift Abort”. O nome pomposo esconde uma medida simples e óbvia. Até então, todos os câmbios Dualogic, se instados pelo motorista a acelerar bruscamente, subiam as marchas para depois reduzi-las, condição necessária para uma ultrapassagem. Agora, o sistema faz o que esperamos dele. Basta uma rápida pisada no acelerador para o câmbio reduzir a marcha de imediato e assim facilitar uma retomada de velocidade. O ganho, segundo a Fiat, é de quase meio segundo, mas o fator psicológico ao obter uma resposta imediata é a melhor notícia.

O exemplo mais claro para entender a mudança é imaginar estar numa rodovia em 3ª marcha e precisar ultrapassar um veículo à frente. Antes, o Bravo subiria para 4ª marcha para depois reduzir para 3ª e, em seguida, para 2ª. Agora ele reduz para 2ª marcha de forma direta.

Ainda coadjuvante

As mudanças na linha 2013 devem provocar um pequeno aumento nas vendas, segundo a própria Fiat. Sua estimativa é elevar sua participação no segmento de 9% para até 12%. Na prática, isso significa algo como 250 carros a mais por mês. Certamente, a versão Sporting pode fazer a diferença nesses números já que tem preços bem competitivos – de R$ 58.140 na versão manual e R$ 60.600 na Dualogic Plus, mas o Bravo parece condenado a ser um eterno coadjuvante entre os hatches médios, ainda mais quando os dois principais modelos do segmento – i30 e Focus – estão prestes a mudar de geração. E aí não há “plus” que resolva.

Fonte: ig.com.br

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