Compacto mundial, Chevrolet Sonic reconecta GM aos jovens
31/05/2012 09:28Ainda importado da Coreia do Sul, modelo mira novos compradores ligados em tecnologia e design
Tal como um gigante adormecido, a General Motors resolveu acordar em 2012 e mostrar, com muita veemência, o que é possível fazer quando as atenções são voltadas para um mercado tão aquecido como é o brasileiro. Por aqui, quem continua no comando são os compactos de entrada – principalmente com a nova ordem para o IPI dos modelos nacionais – mas, existem aqueles que procuram mais sofisticação, numa faixa de preço acima dos R$ 40.000. Assim, a marca da gravatinha trouxe ao Brasil o novo Sonic.
O modelo é o primeiro compacto mundial da marca a vir ao nosso país. Tivemos, é verdade, alguns veículos europeus em nosso mercado como os dois Corsas, mas depois disso o consumidor brasileiro teve de se contentar com projetos locais como o Celta e o Agile. Já o Sonic, também conhecido como Aveo, tem uma missão global que inclui até mesmo os Estados Unidos, mercado que não costumava aceitar veículos tão pequenos em suas ruas.
Chevrolet Sonic
Para bater de frente com modelos elitistas (e caros) como Ford New Fiesta e a dupla japonesa da Honda, City e Fit, a Chevrolet começa a vender o compacto por R$ 46.200 na versão LT manual, podendo chegar aos R$ 48.700 na linha LTZ e R$ 53.600 com câmbio automático de 6 marchas. Já o Sonic Sedan parte de R$ 49.100 na versão de entrada, passando pelos R$ 51.500 com todos os acessórios e câmbio manual de 5 marchas e para nos R$ 56.100 com a mesma transmissão automática.
Muito completo, o Sonic traz na versão LT, itens como ar-condicionado, air bags dianteiros, direção hidráulica, computador de bordo, ABS com EBD, trio elétrico, rodas de liga leve de 15 polegadas e desembaçador traseiro. Enquanto, os modelos LTZ levam, além dos itens citados anteriormente, sensores de estacionamento traseiros, faróis de neblina, rodas de 16 polegadas e volante com controle elétrico para o rádio.
A princípio, a Chevrolet importará as unidades do carro diretamente da Coréia do Sul, onde é fabricado na planta de Bupyong-Gu. Mas a tendência é que ele passe a ser importado do México, onde será produzido em breve. Porém, vamos segurar as pedras e fazer uma breve comparação entre o modelo coreano e o Ford New Fiesta, outro mexicano e seu concorrente mais direto.
Chevrolet Sonic Hatch e Sedã
Quem vale mais a pena?
Levando em consideração que você procura um hatch que ofereça um espaço mínimo para dois, no máximo três ocupantes e um motor razoável para a cidade e algumas viagens, o Sonic e o New Fiesta podem, ambos, satisfazer suas necessidades. São modelos modernos, com um visual além do arroz com feijão (sem gosto) feito pelos designers nacionais, com um bom nível de equipamentos e acabamento. Então, qual escolher?
Por R$ 44.130, o New Fiesta mais barato sai das concessionárias com ar-condiconado, direção elétrica, vidros e travas elétricas, CD player com MP3, rodas de 15 polegadas e só. Conforme você leu anteriormente, o Sonic traz além de tudo isso, airbag e ABS, por R$ 46.200, na versão LT, uma diferença mínima para acessórios tão importantes.
Na hora de acelerar, a Chevrolet também sai na frente. No papel, o novíssimo motor 1.6 16V Ecotec do Sonic faz bonito e revive com orgulho os tempos dos antigos motores de 1.600 cc da marca. São 120 cv e 16,3 kgfm de torque (com etanol), contra 115 cv e 16,2 kgfm (também com etanol) do Fiesta. Além disso, você pode levar a novidade equipada com câmbio automático de 6 marchas, opção impossível hoje no Ford.
Mesmo assim, o Fiesta tem seus atributos, como o conjunto motriz bem acertado, a esportividade da direção elétrica e o visual harmonioso, inspirado na versão europeia. O Sonic, por sua vez, tornou-se um divisor de águas na GM, com um visual totalmente novo e até assustador para quem estava acostumado com a tradicional sobriedade dos produtos americanos.
Segundo o diretor de design da Chevrolet, Dagoberto Tribia, as linhas visuais frontais do Sonic tiveram inspirações especiais, “nos baseamos no visual das motos”, afirmou Tribia. Isso explica os faróis com projetores isolados e revestimento de policarbonato, sem aquela tradicional cúpula de plástico. A grade mais baixa do que o comum e os fortes vincos do capô também aumentam a esportividade de ambas as versões.
O problema é que essa ótima combinação da parte dianteira não é encontrada na traseira. O desenho é bastante questionável, principalmente no Sonic Sedan que tem lanternas tradicionais e um bagageiro satisfatório com espaço para 477 litros escondidos sob a tampa com traços simples.
Chevrolet Sonic
Um Sonic bom de guiar
Para mostrar os dotes de seu novo queridinho, a Chevrolet levou um grupo de jornalistas para Búzios, no Rio de Janeiro. Lá, pudemos dirigir em torno de 50 km a bordo do Sonic hatch automático e do sedã com câmbio de 5 marchas, em estradas bem pavimentadas. Em ambos os modelos, a opinião era unânime: ele poderia ser mais silencioso. Não por culpa do motor 1.6 16V Ecotec, mas sabe aquele barulho de pneu rodando na estrada? Pois bem, ele invade a cabine de forma que todos os ocupantes conseguiram notar a falha no revestimento acústico do carro.
Outro ponto negativo foi o acabamento no interior do Sonic. Peças soltas e forros com folgas nas colunas e no teto chamam a atenção. Tudo bem que ele não é um carro de luxo, mas em sua faixa de preço, estes detalhes podem tirar a atenção dos consumidores mais exigentes. Por outro lado, o plástico utilizado no console central caiu muito bem com o desenho da peça.
O bom acerto do câmbio automático de 6 marchas com o novo bloco não deixa dúvida que a Chevrolet passa por uma evolução boa no Brasil. O hatch testado com essa transmissão mostrou-se muito espertinho e os ruídos do motor ficam longe dos ouvidos do motorista. As reduzidas rápidas também mostram o bom preparo da marca com o novo motor. A General Motors não especificou nem os números de aceleração nem o consumo do modelo, porém, no manual do motorista constava que ele é capaz de fazer uma média 10 km/l.
Enquanto isso, o sedã torna-se uma versão mais “coxinha” do Sonic, principalmente com o câmbio manual. Os engates são muito precisos e o conforto para quem dirige, mesmo durante as trocas, é altamente considerável. Porém, a transmissão acaba deixando o carro mais lerdo e as reduzidas tornaram-se bastante comuns.
Em alguns buracos e lombadas, as duas versões mostraram que suas suspensões não são tão comuns quanto as encontradas nos outros carros da montadora. Mais mole e permissiva, a carroceria rola bastante em curvas mais rápidas, nada assustador... chega a ser mais divertido e confortável.
Até o final do ano, a Chevrolet pretende abrir ainda mais os cofres e lançar três novos modelos. Um deles já sabemos que é a Spin, sucessora da Zafira e Meriva. Depois, podemos contar com a nova Blazer e o sedã Malibu. O Sonic deverá fazer sucesso: ele é completo e tem um visual que chama a atenção (para o lado bom e para o lado ruim), o bastante para vender as 1.200 unidades previstas pela GM e aquecer a concorrência entre os “hatches de playboy”.
Fonte: ig.com.br
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